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A dedicatória “Ao amigo Nepo Offce." acima e à direita da assinatura.
A localidade "Paris" e a data "1895", na sequência da assinatura.
Coleção Carlos da Silva Araújo
Localização Atual Exposições IndividuaisO retratado foi um compositor considerado pai do nacionalismo na música erudita brasileira. Nepomuceno (Fortaleza, 1864 – Rio de Janeiro, 1920) mudou-se para o Rio de Janeiro em 1885, vindo morar na casa dos Bernardelli; viajou para a Europa com os irmãos Henrique e Rodolpho, em 1888; depois de estudar em Roma e Berlim, rumou para Paris em 1894 para aprimorar-se no estudo do órgão; sendo então retratado por Visconti diante desse instrumento. Foi professor e diretor do Instituto Nacional de Música, onde apresentou, pela primeira vez, uma série de canções em português, de sua autoria, o que lhe rendeu severas críticas. Foi também autor do projeto de reforma do Hino Nacional Brasileiro, e regulamentação de sua execução pública.
Há um pequeno esboço preliminar a óleo [P256] para este retrato. Num documento assinado por Visconti, do arquivo do Museu Dom João VI [CR1895F], no qual ele relaciona três pinturas de sua propriedade que está enviando de Paris para a exposição anual da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, consta um “Retrato de homem”, de 100 x 80 cm. É certo que se trata desta obra, apesar da indicação genérica, pois no catálogo da EGBA, de 1896, uma pintura de Visconti está registrada como Retrato do Maestro A. N. A diferença nas dimensões deve-se ao fato da medição incluir a moldura.
Comprova a amizade entre o compositor e o pintor, dentre outras correspondências, uma carta-bilhete [CR1897] enviada do Instituto Nacional de Música, no Rio de Janeiro, datada de novembro de 1897, em que Nepomuceno informa que José Rodrigues Barbosa garantiu que seria concedida a prorrogação da pensão solicitada por Visconti, por mais seis meses ou um ano, e se despede afetuosamente. Anos mais tarde, Nepomuceno comporia a canção Liebslied dedicada a Visconti, retribuindo o magnífico retrato. E Visconti realizará também o retrato da esposa e dos três filhos de Nepomuceno [P203]. Carlos da Silva Araujo proferiu um discurso na Associação Carioca de Letras, em 1944, numa homenagem póstuma a Visconti, cujo tema foi “Dois retratos da minha galeria”, sendo um deles este de Alberto Nepomuceno.