Quirino Campofiorito

Catálogo da Exposição Retrospectiva de Visconti na II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo - 1954

GIOVENTÙ - OST - 1898 - 65 x 49 cm - MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES - MNBA - RIO DE JANEIRO/RJ - GIOVENTU - MEDALHA DE PRATA NA EXPOSIÇÃO UNIVERSAL DE PARIS EM 1900
GIOVENTÙ

Elyseu D’Angelo Visconti é modelo para aqueles que realmente querem trilhar com bravura a senda árdua da pintura. Na obra deste mestre vemos a persistência que a arte exige para ser conquistada. E sobretudo a humildade diante da natureza, de onde parte sempre a grande, a suprema inspiração do artista. O improviso não seduz a Visconti, e tudo ele alcança com o trabalho demorado paciente, e por isso lega uma obra que é constante fruto de pesquisa arguta dos valores plásticos que existem a estruturá-la.

No panorama artístico brasileiro, o pintor de Gioventú é o legítimo exemplo de quanto pode o temperamento que não se escraviza a fórmulas escolares e busca sempre horizontes mais distantes, numa conquista infatigável do espaço da arte. Quando sua vida se extingue, ele está vitoriosamente projetado nesse espaço, e sua obra permanece para o futuro. Mire-se com devoção o amor que anima para a existência eterna da arte da obra criada por Visconti. O humano amor pela natureza, pelos homens, pela vida, com as energias e o sangue que a arte exige, de quem com ela assume o sagrado compromisso de servi-la com humildade e com esperança de alcançá-la, para a comunhão da beleza na imortalidade.