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Coleção do Solar de Monjope
Coleção Airton Queiroz
A casa que aparece nesta pintura é a mesma da obra que focaliza um recorte mais aproximado do portão azul [P434], no vilarejo de Saint Hubert. Aqui a família está representada em frente ao muro com Yvonne, como em várias outras pinturas [P150; P139; P116; P414; P148; P912], concentrada em sua leitura; no carrinho de bebê está sentado o caçula, Afonso, observado de perto pelo pequeno Tobias; e ao lado deles, outra figura não identificada. A exuberância das flores vermelhas, que sempre fascinaram Visconti [P579; P547; P997; P615; P611; P614; P407], aparece aqui como elemento principal, assim como na outra pintura que representa a mesma casa.
A historiadora Christiane Senra, em seu trabalho A importância de Eliseu Visconti enquanto artista plástico na construção do sentido de moderno no Brasil, comenta sobre esta pintura: “A sinestesia é clara nesta obra cheia de luz…. A maneira displicente e simplificada com a qual as pessoas são representadas nos passa a ideia de relaxamento e tranquilidade. O jogo complementar entre verdes e vermelhos abundantes se deixa acomodar em meio ao abraço da verticalidade de volumes claros dos muros e das paredes e se faz mais intenso graças ao azul inusitado e definitivamente feliz do vestido da menina de chapéu. Estes muros e paredes, compostos pelas cores cinza, azul, lilás e mais um bocado de diminutas pinceladas coloridas, no seu conjunto, nos permitem chamá-los de “brancos” e nos sugerem um lugar de acolhimento das pessoas e da natureza. Tudo aí expressa o frescor e o relaxamento nessa tarde luminosa de primavera.”
