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P101 - A família do artista


Assinatura

Inscrições

A localidade "Rio" (que não corresponde ao local de criação da obra) e as datas "1916" e "1920" sobrepostas.

Procedência

Coleção Louise Visconti
Coleção José Maria Withaker, S. Paulo
Coleção Américo Ribeiro dos Santos

Localização Atual Exposições Coletivas Publicações Comentários

Este seria, dentre as pinturas a óleo conhecidas de Visconti, o primeiro retrato de Louise e seus três filhos, excetuando-se uma cena de gênero em que o grupo familiar está presente [P430]. Estes serão seguidos por outros, tanto retratos [P104; P131], como cenas de gênero [P987; P105]. Uma composição representativa das características mais marcantes da sua pintura: realizada ao ar livre; em jardim florido, iluminado e multicolorido; sua família reunida em atividades tranquilas, em perfeita harmonia; o branco das roupas refletindo as cores circundantes. Yvonne parece concentrada num crochê, sua mãe a demonstrar a pintura de um livro de colorir para o pequeno Afonso, enquanto Tobias fita o observador com seu bambolê no ombro. A mais encantadora expressão da beleza, alegria e ternura que, são marca constante em toda a obra do pintor.

Foi exposta no Salon de Paris, em 1920, sob o nº 1002, com o título La famille. No mesmo ano, no Rio de Janeiro, foi apresentada na 27ª EGBA, como A família; e, com este mesmo titulo, na Retrospectiva anexa à Exposição Comemorativa do Centenário da Independência, em 1922, registrada no seu catálogo sob o nº 302, com a data de 1916. Uma fotografia antiga dessa pintura, arquivada na pasta organizada a partir dos guardados do filho do pintor Tobias Visconti, traz no verso a inscrição: “1, Square Delambre”, que foi o último endereço de Visconti em Paris, entre 1916 e 1920. Na biografia de Barata, 1944, foi reproduzida com o título No jardim de Saint Hubert (A família), em cuja legenda consta: “Paris, 1917”. Através dos rascunhos de uma carta de Louise para Benjamim de Mendonça, datados de 10 de fevereiro de 1954, dos arquivos do Projeto Eliseu Visconti, sabe-se que esta pintura deveria ter participado da Sala Especial da II Bienal de São Paulo, o que não aconteceu porque ela foi avariada na parte superior da tela, e seria restaurada pelos responsáveis.

É possível verificar que a data inscrita na pintura foi alterada. Sob certo ângulo se vê 1920; em outro, claramente, 1916. Pela aparência de Afonso, nascido em janeiro de 1915, a pintura não poderia ter sido criada em 1916, portanto, esta data teria sido inscrita num momento posterior, provavelmente para a exposição Retrospectiva de 1922. Mais tarde, verificado o equívoco, o mais provável é que a inscrição “Rio” tenha sido acrescentada, junto com a alteração da data para 1920. Comparando-se esta com outras representações do grupo familiar [P127; P105], chega-se à conclusão que teria sido pintada em c. 1918. O título adotado está registrado oficialmente na coleção particular à qual pertence. A foto do pintor em seu atelier, ao lado desta pintura, foi publicada em O Jornal de 11 de julho de 1926, com a legenda: “Recanto do atelier vendo-se Visconti junto a um dos seus quadros expostos no ‘Salon’ de Paris, e cuja venda recusou.”


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