Utilize o campo abaixo para pesquisar obras por título ou código de identificação:

Selecione uma ou mais características para filtrar a sua pesquisa.

P331 - Recompensa de São Sebastião


Assinatura

Inscrições

A localidade "Paris" e a data "1898" logo abaixo da assinatura.

Procedência

1938 (fev.) – Adquirida para o MNBA, diretamente do pintor.

Localização Atual Exposições Individuais Exposições Coletivas Publicações Comentários

Única composição encontrada em que um nu masculino é o personagem principal, se bem que a figura feminina, tem também grande destaque; tanto que precede ao santo no título original da obra. Desde sua primeira exibição no Brasil, em 1901, foi relacionada à escola idealista, que seria uma consequência do movimento Pré-Rafaelita. Destacou-se sua paisagem bizantina e o emprego do ouro em certos detalhes, como uma característica pura das obras dos Primitivos. Em 1968, Pedro Manuel viu na figura do São Sebastião, “um homem despido e não nu […], demasiadamente fiel à realidade sensorial em contraste com a estilização elegante e sensível do quadro”. No entanto, ele não expressa nenhum embaraço ou resquício de pudor. Ao contrário, Ana Maria T. Cavalcanti observou nessa cena, não a imagem religiosa, mas “a expressão do amor passional do homem, feliz prisioneiro de seus sentimentos, que se entrega à mulher amada, adorada como um anjo benevolente que alivia todo sofrimento”.

Exposta no Salon de Paris, em 1898, com o título Saint Sébastien, sob o nº 1245, foi reproduzida no seu catálogo [CT1898] à página 34; no Brasil, foi apresentada na Exposição Individual de 1901 com o título S. Sebastião mártir (a recompensa). Ganhou uma medalha de ouro [PR1904A] na grande Exposição Universal de 1904 em Saint Louis, EUA (Louisiana Purchase Exposition). Aparece numa foto de Augusto Malta, de uma parede da Seção de Belas Artes, na Exposição Nacional de 1908. Em 1916, Visconti tenta vender sem sucesso  sua obra em um leilão realizado em seu próprio ateliê, na Av. Mem de Sá, pelo leiloeiro Virgilio, como noticia o jornal “A Noite” de 10 de janeiro de 1916. Quatro anos depois a grande tela participa da Mostra de Arte Brasileira, organizada no Liceu de Artes e Ofícios, para a visita do rei dos belgas Alberto I, no Rio de Janeiro, em novembro de 1920. Nesta ocasião, pelas páginas da Illustração Brazileira, na qual foi também reproduzida, Adalberto Mattos insistia em que ela fosse adquirida para a Pinacoteca da ENBA, mas só foi comprada em fevereiro de 1938, para o recém constituído MNBA. Restaurada em 17 de maio de 1977, por Norma Carreira Peregrini. No Dicionário Crítico da Pintura no Brasil, foi mencionada em verbete especial, p. 435, e reproduzida na p. 436. Foi tema da dissertação de mestrado de Christian Fernandes, em 2014. Este ressaltou a figura feminina que, à primeira vista identificada com um anjo, é, na verdade, a alegoria da Recompensa pois, apesar de usar grandes asas, tem um dos seios à mostra, devido ao seu vestido de uma alça só.

Visconti realizou diversos estudos para esta composição em diferentes técnicas: óleo [P334; P365], giz [D495], crayon [D486] e carvão [D344]. Porém, o estudo mais completo só foi descoberto em 2008. A pesquisadora Cristiane Calza (Coppe/UFRJ), através de radiografia computadorizada, analisou Gioventù [P327] que revelou um estudo para Recompensa de São Sebastião por baixo de sua camada pictórica visível a olho nu. O artigo da revista Pesquisa, de Maria Guimarães, revela que: “Nas imagens de raios X o anjo coroando de louros o São Sebastião amarrado a uma árvore aparece ainda com mais nitidez do que a moça de Gioventú. O pintor parece ter mudado de ideia depois do estudo porque, em vez de louros, no quadro terminado o anjo põe uma auréola sobre a cabeça do santo”.


Obras Relacionadas


Documentos Relacionados