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Coleção Louise Visconti
Coleção Yvonne Visconti Cavalleiro
1960 – Adquirida pelo MNBA, de Yvonne Visconti Cavalleiro
Mais um belíssimo ar livre, do quarto período da carreira de Visconti, em que as mulheres da família do pintor constituem o motivo principal, como em diversas outras obras [P103; P916; P145; P144; P920]. Sentadas em cadeiras de jardim e abrigadas por sombrinhas claras e vestidos longos, tomam banho de sol protegidas do rigor de seus raios. Pequenas flores coloridas adornam o colo das mulheres, o laço do chapéu deixado no chão, em primeiro plano, e espalham-se salpicadas pela relva verde. Ao fundo e à direita, um grupo de pessoas parece trabalhar numa pequena plantação. Visconti estudou essa grande composição em uma pequena aquarela que registra apenas Louise em sua cadeira de lona [A105].
A pintura foi exposta no Salon de Paris, em 1920, sob o nº 1003, com o título Le bain de soleil. Lygia Martins Costa cita essa pintura em sua “Apreciação da Obra”, no catálogo da Retrospectiva de 1949, observando: “executada bem pouco antes de voltar para o Brasil, com o contraste bem nítido do tratamento impressionista da paisagem com a fatura lisa na representação das figuras. […] as sombras ainda são mais tênues, provàvelmente devido à reverberação do sol.” M. Izabel Branco Ribeiro escreve sobre ela: “A composição foi elaborada com cuidado: a inclusão do chapéu e das figuras masculinas trabalhando ao fundo, à direita, são fundamentais para a determinação do sentido de espaço e profundidade. A escolha de Louise e Yvonne para seus modelos confirma o envolvimento de Visconti com a vida familiar, independentemente de ser essa composição uma cena pictórica fictícia ou um flagrante da vida doméstica. […] Louise, a personagem principal, descansa com o livro fechado ao colo, iluminada pelos raios de sol, enquanto Yvonne interrompe a leitura e levanta os olhos por um momento. A pincelada em ambas as figuras e na vegetação lembra algumas obras do francês Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), e o modo como Visconti trabalha as sombras coloridas do vestido de Louise para torná-las distintas da estampa suave que deixa perceber sobre o rosa é significativo de seu entendimento da proposta impressionista”. Foi também reproduzida na revista Veja, 6 de novembro de 1974, p. 121.