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Coleção Benjamim de Mendonça
Coleção Américo Ribeiro dos Santos
A mudança significativa pela qual passava sua filha Yvonne, aproximando-se da puberdade, inspira Visconti para a criação de composições representativas desta passagem [P971], nas quais ela é tomada como modelo. Nesta pintura, Visconti mostra na penumbra a menina que, como uma ninfa, sai do seu casulo em metamorfose, rodeada de borboletas coloridas que esvoaçam ao seu redor, por entre flores e à sombra das árvores, enquanto o mundo adulto é representado ao fundo, em plena luz, pelo grupo de casas e pela imensidão do mar. Existe uma aquarela [A502], representando basicamente a mesma cena, certamente um estudo realizado para esta composição; além de uma pintura a óleo [P534] que representa a paisagem onde é ambientada a cena simbolista.
Em sua primeira exibição, não causou o impacto que se esperava, a julgar pelo sucesso posterior. Em 1911, enquanto todos os jornais elogiavam o Retrato de Alberto [P216], apenas um – A Noite – citou esta composição: “…, um pequeno quadro, que é um poema de côr e de concepção; intitula-se «Chrysalida», é a nympha, de cujo casulo, numa metamorphose brilhante, vôam borboletas douradas, azues, vermelhas e, ao fundo, a casaria da cidade resplandecente num banho de sol.” Em 1920, foi destacada, pelo Jornal do Commercio: “A ‘Chrysalida’, uma obra-prima de concepção e de colorido não se póde contemplar sem experimentar um nobre e intenso prazer intellectual.” Sobre ela escreve Gilda de Mello e Souza em 1974: “Característica do período simbolista é A Crisálida, uma das obras mais fascinantes da mostra. […] O jogo dos três planos é requintado: a bordadura das árvores separa com a sua renda de sombras chinesas o primeiro plano, mergulhado na penumbra, do segundo plano, cruamente iluminado.”
Adalberto Mattos, na “Illustração Brasileira” (edição 00039 de 1923), afirma que “A Crisálida” é o ponto de partida para o divisionismo que o pintor praticaria e considera a tela uma das mais belas obras da pintura brasileira.