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P506 - Avenida Central


Assinatura

Procedência

Coleção Hecilda e Sergio Fadel

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Uma vista da Avenida Central, que foi entregue ao tráfego em 15 de novembro de 1905, certamente tomada do alto de um dos seus prédios recém construídos, muito provavelmente dos terraços do Theatro Municipal, onde Visconti trabalhava, no início de 1908, instalando seus painéis decorativos na sala de espetáculos [P711], pelo processo de marouflage [P712; P727; P728; P734]. Extraordinária no efeito conseguido com poucas pinceladas, em especial na caracterização das figuras e veículos. Em 5 visões do Rio na Coleção Fadel, de 2009, além da reprodução completa desta obra na p. 174, há vários detalhes em close nas p. 164 a 168, por ser essa pintura uma das cinco escolhidas como tema do livro. Apresentada por Paulo Herkenhoff, inspirou um longo capítulo, do qual se pode destacar: “A tela de Visconti evita corresponder aos valores vigentes da fotografia de então. […] As delicadas tonalidades de verdes e rosas nos toldos parecem um processo de decodificação dessa luz sob a atmosfera opaca. […] A dinâmica diagonal que organiza o espaço em Avenida Central acelera o movimento da vista sobre a pista de rolamento. O olhar desliza na cidade agora motorizada. […] A pincelada impressionista de Visconti dissolve o corpo sólido da arquitetura que se contrasta com a atmosfera enevoada. […] Essa área da cidade no quadro de Visconti, com lojas e edifícios-sede de companhias e jornais, simboliza a presença do capital e do poder. De perto, transeuntes, carros e prédios em Avenida Central são só pinceladas. […] a pintura de Visconti é profética da implantação da inexorável modernidade que ocorreria no Rio como em outras cidades.” Também Maria Izabel Branco Ribeiro, em 2013, destacou-a dentre as obras do mestre: “Neste quadro, Visconti utiliza mais uma vez recursos dos impressionistas, pintando a luz que adentra massas de ar e a claridade refletida nos edifícios, no chão e nos toldos coloridos. […] Busca a paisagem a partir do seu caráter atmosférico e das respostas dadas pelos vários materiais à luz. Seu registro é o da pincelada rápida, sugestão de impressões, captura do movimento e crônica da vida de uma cidade que se torna moderna.”


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