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Um cartaz deve ser claramente legível e enfático na sua formulação. Esta afirmação corresponde às aspirações do Art Nouveau. Com esta ideia, Visconti criou três cartazes [A805, A806 e A807] para a Companhia Antárctica, cujo símbolo, estrela de pontas, aparece sempre no primeiro plano, junto com a chamada de atenção para a juventude, a alegria e a festa.
O título desses cartazes indicam que Visconti os teria idealizado para que um deles fosse selecionado como pano de boca do Cassino Antarctica. No entanto, a única fonte encontrada que menciona este objetivo é o catálogo da exposição “Eliseu Visconti e a Arte Decorativa”, realizada em 1983 no Rio de Janeiro e posteriormente em outras capitais [CT1983]. Este catálogo, bem como a exposição, tiveram Irma Arestizabal, crítica e educadora de arte argentina, como organizadora e curadora e foram antecedidos por ampla pesquisa sobre a incursão de Visconti pelo nosso design.
O fato de dois desses cartazes apresentarem grafadas as localidades “São Paulo – Rio de Janeiro”, com a capital paulista à frente, bem como a data provável de execução das obras, permite inferir que o pano de boca projetado por Visconti destinava-se ao Cassino Antarctica inaugurado em dezembro de 1913, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. Porém, não há registros que comprovem essa finalidade para os cartazes nem que permitam dizer se algum dos três projetos foi realmente utilizado como pano de boca. De todo modo, fica aqui a hipótese, a ser confirmada ou não por futuras pesquisas.
Neste cartaz, quase um terço da superfície é ocupado por uma forte horizontal que funciona como uma “predella” com quatro histórias, nos lados da estrela e letras da companhia. Embaixo, uma roseira cria a mesma diagonal do braço da jovem do primeiro plano e repete as curvas das rosas que enfeitam os cabelos das jovens. Também na parte inferior, uma faixa ao vento repete o desenho da echarpe da jovem, que tem no braço esquerdo um buquê de espigas de cevada. Por trás, quatro jovens sorriem, brindam de canecas na mão e levam garrafas e copos numa bandeja (Irma Arestizabal no catálogo para a exposição “Eliseu Visconti e a Arte Decorativa”).