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A805 - Cartaz da Companhia Antarctica – Projeto para o pano de boca do Cassino Antarctica


Assinatura

Procedência

Coleção Yvonne e Henrique Cavalleiro
Coleção Leonardo Visconti Cavalleiro
2013 – Acervo herdeiros Leonardo Visconti Cavalleiro
2016 – Pinakotheke Cultural

Localização Atual Exposições Individuais Publicações Comentários

Um cartaz deve ser claramente legível e enfático na sua formulação. Esta afirmação corresponde às aspirações do Art Nouveau. Com esta ideia, Visconti criou três cartazes [A805, A806 e A807] para a Companhia Antárctica, cujo símbolo, estrela de pontas, aparece sempre no primeiro plano, junto com a chamada de atenção para a juventude, a alegria e a festa.
O título desses cartazes indicam que Visconti os teria idealizado para que um deles fosse selecionado como pano de boca do Cassino Antarctica. No entanto, a única fonte encontrada que menciona este objetivo é o catálogo da exposição “Eliseu Visconti e a Arte Decorativa”, realizada em 1983 no Rio de Janeiro e posteriormente em outras capitais [CT1983]. Este catálogo, bem como a exposição, tiveram Irma Arestizabal, crítica e educadora de arte argentina, como organizadora e curadora e foram antecedidos por ampla pesquisa sobre a incursão de Visconti pelo nosso design.
O fato de dois desses cartazes apresentarem grafadas as localidades “São Paulo – Rio de Janeiro”, com a capital paulista à frente, bem como a data provável de execução das obras, permite inferir que o pano de boca projetado por Visconti destinava-se ao Cassino Antarctica inaugurado em dezembro de 1913, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. Porém, não há registros que comprovem essa finalidade para os cartazes nem que permitam dizer se algum dos três projetos foi realmente utilizado como pano de boca. De todo modo, fica aqui a hipótese, a ser confirmada ou não por futuras pesquisas.
O incipiente desenvolvimento industrial nacional pode ter privado Visconti de oportunidades de trabalho nas indústrias brasileiras, mas o mesmo não pode ser argumentado com relação às artes gráficas, e foi justamente nesta área que seu trabalho, carregado de influências do art nouveau, ganha maior visibilidade junto ao público. Tais características podem ser identificadas neste estudo elaborado para a cervejaria Antarctica no início do século XX. A figura feminina era um tema recorrente no repertório artístico do art nouveau e sua utilização como apelo comercial já era uma estratégia mercadológica conscientemente utilizada pelos artistas gráficos da Belle Époque. Visconti parece desenhar sua musa fazendo referências a Alphonse Mucha e Eugène Grasset, mas o tratamento cromático coloca o seu projeto em um novo patamar de originalidade e ousadia.
Se por um lado a composição do texto e da figura feminina parecem sugerir um arranjo simétrico, o padrão floral, constituído por ramos de cevada, disposto ao longo de uma linha sinuosa que serpenteia no segundo plano, ressalta o caráter assimétrico do leiaute. O design tipográfico demonstra o grau de liberdade decorrente do uso do processo litográfico de impressão, em que letras de formato original podiam ser diretamente desenhadas sobre a pedra litográfica. (Leonardo Visconti Cavalleiro e Claudio Lamas de Farias em “Eliseu Visconti – A Arte em Movimento” – Org. Tobias Stourdzé Visconti – Holos Consultores Associados).


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