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A data "1924", na sequência da assinatura.
Procedência1943 – Doação ao Museu Histórico da Cidade pelo artista
Acervo do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro
2005 – Museu Antonio Parreiras, Niterói, RJ
Ligando a Rua Real Grandeza, em Botafogo, à Rua do Barroso, em Copacabana, o Túnel Velho foi aberto, em 1892, no Morro Vila Rica, dando início ao desenvolvimento do bairro, para onde Visconti se mudaria com sua família em 1910. Nessa pintura, ele registrou o sopé desse morro, sendo a metade superior da tela, em todo o seu comprimento, ocupada por sua encosta. O verde domina toda a composição, manchado principalmente pelo azul e tons castanhos da terra e dos telhados. Algumas manchas brancas em sequência cortam a encosta numa linha diagonal que vai da edificação na extrema direita em direção ao canto superior esquerdo da tela, marcando a ocupação humana na escalada do morro. No sopé vêem-se várias pequenas casas espalhadas, e uma grande movimentação de pessoas que vão e vêm por todo o espaço entre elas, inclusive também um carro de boi. Em todo o primeiro plano aparecem edificações maiores, vistas à esquerda apenas pelos seus telhados, acompanhadas em toda a extensão pelos postes e fios de eletricidade. No canto inferior direito uma grande rocha, sobre a qual está sentado um grupo de pessoas, certamente para apreciar a bela vista. Visconti dispôs horizontalmente três níveis de ocupação humana do morro: ao fundo a encosta que ainda resiste, bastante verde; no médio plano, as casas bem simples do sopé, guardam espaços livres entre si e um clima de vilarejo rural; e em primeiro plano, a rua já mais estruturada, com casas grandes e bonitas, uma ao lado da outra, contando com os benefícios do progresso que se vai espalhando.
Em duas composições menores [P507; P182], Visconti focaliza apenas o plano médio desta, com todos os seus detalhes. Numa outra ainda menor, o pintor parece estudar um dos barracos, acrescentando a figurinha da lavadeira a estender roupa [P588]. Nas três primeiras exposições das quais participou esta grande composição, ela foi registrada como Vila Rica (Copacabana). O catálogo de 1949 indica, erroneamente, o comprimento de 90 cm para essa pintura; assim como, o catálogo de 1954 indica a data de 1932. Na biografia de Barata, p. 98, de sua legenda consta: “Vila Rica (Copacabana), (A saída do Túnel Velho, vendo-se ao fundo a antiga favela onde hoje passa a Rua Santa Clara), (Doado pelo pintor ao Museu da Cidade, instalado pela Prefeitura em Copacabana)”.
Em 1943, segundo matéria publicada em O Jornal de 11 de maio de 1943, satisfeito com a maneira como os estudos das obras do Theatro, doados no ano anterior, foram incorporados ao patrimônio municipal, Visconti fez nova doação ao Museu da Cidade que, à época, funcionava em Copacabana, na Praça Cardeal Arco Verde. Desta feita a doação compreendeu todos os estudos das decorações realizadas para o Palácio Pedro Ernesto, então Conselho Municipal, e para o Palácio Tiradentes, que abrigava a Câmara dos Deputados. E foi incluída na doação do artista esta tela, “Baixada de Vila Rica”.