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A ficha catalográfica dessa obra no museu indica a inscrição da assinatura e de uma dedicatória: “Ao Gozaga Duque”, que não pode mais ser vista no original.
ProcedênciaColeção Gonzaga Duque
1924 (jun.) – Adquirido pela ENBA.
1937 – Transferida da Pinacoteca da ENBA para o recém-criado MNBA.
O retratado (Rio de Janeiro, 1863-1911) foi jornalista, crítico de arte, desenhista, pintor e escritor. Publicou em vida A arte Brasileira (1888), o romance simbolista, Mocidade Morta (1899), e Graves e frívolos (1910). Postumamente, suas crônicas e críticas foram editadas em Contemporâneos (1929), incluindo uma longa apreciação da Exposição Individual de Visconti, originalmente publicada em O Paiz, 2 de julho de 1901. Foi o crítico da arte brasileira mais influente de finais do séc. XIX à primeira década do XX. Sua amizade com Visconti ficou registrada em cartas trocadas entre eles, hoje arquivadas no MNBA e na Casa de Rui Barbosa. Na primeira delas (25 jun. 1901), Gonzaga Duque inicia: “Ao mestre do desenho e da palheta”; e outra (27 fev. 1910): “Meu bom amigo e illustre professor Visconti”, quando lhe apresenta uma amadora para que aceite como aluna. Uma carta de Visconti a Gonzaga Duque, em 23 de novembro de 1908, tem o objetivo de informar o envio do retrato que fizera do amigo e comunicar sua viagem à Europa, dentro de dois dias, avisando-lhe que na volta, aplicaria uma camada de verniz definitiva à tela. Outras duas cartas, de março e maio de 1909, em que ambos se tratam por “Meu caro” e assinam como: “amigo e grande admirador”, no caso de Gonzaga, e “amigo-velho” no caso de Visconti, tratam de visitas mútuas entre as duas famílias.
Na sua primeira exibição, em 1910, o Jornal do Commercio publicou: “No retrato do sr. Gonzaga Duque, a caracterização se faz pelo modo cuidadoso como o artista modelou o retratado, interpretou as suas feições, analysou e traduziu os seus traços caracteristicos, a sua attitude, o seu gesto, o seu particular modo de vestir, diriamos quasi o seu andar: é isso tudo feito de um modo que, bem pintado como está, se reconhece o caracter do modelo”. Nas resenhas sobre a 19ª EGBA, esse retrato foi sempre destacado, e o jornal A Noite, 8 de outubro de 1912, anuncia que uma proposta de aquisição desta pintura havia sido entregue ao ministro da Justiça. No entanto, apesar da importância do retratado e do fato dele ter falecido um ano antes, a pintura não foi adquirida nessa ocasião. No catálogo da Exposição Retrospectiva, em 1922, ela consta como propriedade da viúva Gonzaga Duque. A aquisição do Retrato de Gonzaga Duque pela Escola Nacional de Belas Artes viria somente em 26 de junho de 1924, noticiada pelo jornal O Paiz. Segundo os registros do MNBA, a obra foi transferida da Pinacoteca da ENBA para o Museu em 1937, sem nenhuma outra informação. No Dicionário Crítico da Pintura no Brasil, foi mencionada em verbete especial, na p. 444, e reproduzida na p. 224; e é capa do catálogo Gonzaga Duque, um crítico no museu, do MNBA.