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O belíssimo matiz avermelhado do vestido espalha-se também pelo fundo, formando com a pele rosada da senhora, uma harmonia quase monocromática. A retratada foi captada numa expressão doce, com o gesto da mão direita correspondendo, perfeitamente, ao da mão esquerda da mais famosa criação de Visconti, a Gioventù [P327]. Também o véu que envolve os dois braços da senhora é similar àquele da menina-moça. O fino colar de pérolas e o luxuoso vestido denunciam a posição social de Mme. Weil. A reprodução desta pintura na biografia de Barata, à p. 58, traz em sua legenda: “Rio, 1912”. Exemplificando sua afirmação de que Visconti nunca renunciou ao direito de pintar como sentia, sobre esse retrato, Barata escreveu: “… feito em 1911, quando as mulheres usavam os cabelos em franja cobrindo a testa. O quadro já estava pràticamente concluido, quando aquela senhora teve de fazer uma viagem à Europa. Ao regressar, no ano seguinte, pediu ao artista que pintasse de novo os cabelos afim de modernizar o penteado, pois as franjas já não estavam mais na moda. Também êsse belo retrato, sem qualquer alteração, nunca mais saiu do atelier da Avenida Mem de Sá…” (p. 93). A pintura é vista na parede do atelier, ao lado de outras pinturas, em fotografia do acervo do Projeto Eliseu Visconti, proveniente de negativo em vidro, digitalizado pelo Instituto Moreira Salles em dezembro de 2017; e também aparece entre muitas pinturas, na foto de Visconti no seu atelier, por volta de 1930.