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Coleção José Marianno Filho
Localização Atual PublicaçõesAparece na parede do atelier da Mem de Sá, na foto do pintor com dedicatória a Louise, datada de agosto de 1908, uma pintura em que a modelo está exatamente nessa posição, mas sem o véu sobre as pernas. É bem plausível supor que o pintor tenha acrescentado esse véu posteriormente, já no Brasil, pois é sabido que Visconti costumava retocar suas obras, mesmo muito tempo depois de sua criação. Além disso, as dimensões dessa pintura são compatíveis com as proporções que se vê na foto de 1908. Também na fotografia em que Visconti posa ao lado da pintura que exporia no Salon de 1894 [P914], aparece parcialmente, por trás da parte superior do cavalete, essa mesma pintura, vendo-se apenas as pernas da modelo sem o véu. Uma aquarela representando a mesma cena [A301] pode ter sido criada para experimentar o efeito do véu, antes deste ser acrescentado na pintura a óleo. Esta foi reproduzida em tricromia na Illustração Brasileira de setembro de 1924, já com o véu. A pintura inspirou, em Primores da Pintura no Brasil, que informa suas dimensões, o comentário mais franco sobre um nu viscontiano, ainda na primeira metade do século XX. O autor fala do “magnífico escorço bem conseguido e habilmente interpretado”, e sobre o colorido quente onde predomina o vermelho, declara: “Como resultante desse abrasamento de tons, fica a impressão de forte sensualismo”. Este recurso do uso do vermelho aparece em vários outros nus femininos viscontianos [P318, P319, P323, P359], em proporções diversas.
