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Em 1903 Visconti participa de três concursos de selos abertos pela Diretoria Geral dos Correios e organizados pela Casa da Moeda, num total de dezesseis projetos, sendo doze selos, duas cartas-bilhetes e dois bilhetes postais. O júri, presidido por Luis Betim Paes Lima, Diretor dos Correios, era constituído por literatos, filatelistas e pelo escultor Rodolfo Bernardelli. Dentre vinte concorrentes, Visconti é declarado vencedor dos três concursos, em janeiro de 1904. Entretanto, os projetos de selos postais jamais seriam executados, por ter-se oposto o Ministro de Viação e Obras Públicas, Sr. Lauro Muller, o que causou grande mágoa ao artista. Apontar uma razão para a não feitura dos selos seria mera especulação. A aceitação que tiveram por parte da imprensa especializada na Europa e na América foi comprovada pelo número de vezes que foram publicados. A revista francesa L’Illustration , em 12 de novembro de 1904, reproduziu com elogios todos os projetos. Também o jornal português Mala da Europa estampou os selos em sua edição de 18 de dezembro de 1904. Na América, a Sociedade Filatélica Argentina igualmente reproduziu os selos.
Nossa crítica especializada ficaria decepcionada com o não aproveitamento dos selos de Visconti. Gonzaga Duque escreve na Revista Kosmos: “A série magistral de postais do Sr. Eliseu Visconti faria a reputação filatélica de qualquer povo. É, em verdade, uma coleção extraordinária, sem competidora na reputada Europa.”
A Imprensa Nacional, em Catálogo Descritivo publicado em 1904, descreve assim o selo “O Comércio”:
A figura do Comércio Brasileiro, trazendo à cabeça o gorro frígio com as asas do capacete de Mercúrio, ergue com a mão esquerda uma faixa que, contendo os dizeres – Correio. E. U. do Brasil -, vai prender-se pela outra extremidade na mão direita, que também sustenta um escudo com o valor da taxa. No ângulo superior esquerdo a Estrela do Sul e ao fundo um laurel que circunda a figura, a qual traz ao peito um medalhão com o Cruzeiro do Sul .
Visconti executou um estudo em papel vegetal para este selo [D812], colocando no estudo a taxa de 300 réis.
Os originais dos projetos de selos apresentados por Visconti para o concurso dos Correios encontram-se desaparecidos, não sendo encontrados nos arquivos da Instituição. Mas sabe-se que, ao menos até a exposição realizada por Visconti na Galeria Jorge, em 1926, os originais dos selos premiados pertenciam à Diretoria dos Correios, como mostra matéria da Gazeta de Notícias de 26 de setembro de 1926.
A imagem deste selo foi obtida a partir de uma miniatura encontrada nos guardados do artista, hoje pertencente ao acervo do Projeto Eliseu Visconti.