CR1914 - Carta de Eliseu Visconti ao Ministro da Justiça e Negócios Interiores solicitando demissão do cargo que ocupa na Escola Nacional de Belas Artes – 23 de julho de 1914

  • Tipo de Documento Correspondências - De 1901 a 1920
  • Ano 1914
  • Acervo Museu D. João VI - Escola de Belas Artes - Rio de Janeiro

Inaugurado o Theatro Municipal em 14 de julho de 1909, somente ao final de 1912 o governo do Distrito Federal solicita propostas para as decorações internas do foyer. Apresentam propostas Eliseu Visconti e Rodolpho Amoedo, este com três estudos hoje pertencentes ao Museu Nacional de Belas Artes. Visconti apresenta um estudo a óleo [P704] (acervo do Centro de Documentação da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro) e é selecionado.

Em carta de 13 de fevereiro de 1913 [CR1913], o engenheiro Francisco Oliveira Passos, Diretor Geral do Theatro Municipal, comunica a Visconti que o prefeito Bento Ribeiro aceitara a proposta do artista para a execução das decorações do teto, tímpanos e medalhões sobre as portas, todas no foyer, e também da decoração da arcada da sala de espetáculos.

Visconti, pretendendo executar o trabalho novamente em Paris, como fizera para as decorações da sala de espetáculos entre 1905 e 1907, tem que conciliar o novo trabalho com suas atividades de professor da cadeira de pintura da Escola Nacional de Belas Artes. Aparentemente, a única solução encontrada à época foi solicitar licença de saúde para poder viajar e ficar ausente pelo período necessário para execução dos trabalhos do foyer. A licença inicial por seis meses foi prorrogada uma vez, mas em 1914, não conseguindo nova prorrogação, Visconti não vê alternativa e solicita demissão do cargo de professor, como mostra este manuscrito de próprio punho redigido em 23 de julho desse ano.