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P971 - Primeira comunhão


Assinatura

Procedência

Coleção Tobias d’Angelo Visconti
2000 (ago.) – Leilão Bolsa de Arte, Rio de Janeiro
Coleção Carlos Fernando Carvalho.
2024 (mar.) – Leilão Blombô Arte, São Paulo, SP.

Localização Atual Exposições Individuais Exposições Coletivas Publicações Comentários

Como pode ser visto na foto publicada na Gazeta de Noticias, de 6 de agosto de 1920, foi exposta na Individual da Galeria Jorge, e registrada em seu catálogo sob o nº 29, com o título Commungantes, plural que certamente foi um erro de edição, talvez devido ao tondo que Visconti pintou em 1895 [P972]. Mas, certamente, foi antes apresentada na 19ª EGBA, sob o nº 132, com o título A mensagem, o que pode ser intuído a partir do comentário do Jornal do Commercio, de 17 de setembro de 1912: “O quadro – Mensagem – tem um thema allegorico cuja intuição confessamos humildemente não ter comprehendido bem; mas, é bem pintado como factura, e a sua impressão seria completamente agradavel se não fosse o effeito desharmonico da tonalidade azul da figura diaphana.” Na comparação desta pintura com aquela que aparece na parede da exposição, na foto publicada na revista Careta, de 1912, notam-se algumas dessemelhanças, principalmente nos contrastes acentuados de claro-escuro que, no entanto, podem ser vistos em toda a foto.

Além disso, observa-se que ela perdeu uma faixa de tela na base inferior, o que pode ser percebido tanto na imagem representada quanto na proporção de sua altura com as das duas pinturas que a ladeiam na foto da revista [P222; P324]. Certamente a pintura sofreu alguma avaria antes de 1920, pois na foto do jornal Gazeta de Noticias ela já aparece sem a parte inferior. Na exposição Retrospectiva de 1949, foi registrada sob o nº 87, com o título A comungante. Nos arquivos do Projeto Eliseu Visconti há uma cópia do recibo em consignação, assinado pelo representante da Bolsa de Arte, datado de 18 de julho de 2000, e redigido com a caligrafia de Tobias d’Angelo Visconti, no qual ele intitula o quadro “1ª Comunhão”. Com esse título a pintura também aparece nas quatro principais listas de obras pertencentes à família, manuscritas pelo mesmo filho do pintor, que indica em duas delas a data 1911, e outras duas c.1912. Numa destas listas, está registrada como: “Primeira comunhão de Yvonne Irmã”, e em outra: “Primeira comunhão (Yvonne Cavalleiro moça)”.

Em agosto de 2018, Evelyn Caroline Nascimento Lavor defende dissertação de mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com o título: “Reminiscência de primaveras em Paris: Primeira Comunhão (c.1911) de Eliseu d’Angelo Visconti e sua significação na produção artística de seu tempo”. Em sua pesquisa, Evelyn comprova a hipótese lançada em 2010 por Mirian Seraphim, em sua tese de doutorado, sobre a participação desta pintura na EGBA de 1912, pois verifica numa análise do original, que as faixas da tela, hoje dobradas e fixadas sobre o chassi, na margem inferior e lateral direita, contêm pigmento, sustentando que foram cortadas em algum momento entre 1912 e 1920. Em sua dissertação, Evelyn chega a calcular que a tela “teria perdido, considerando uma margem de erro, 44 centímetros de altura e 11 de largura”. Ela também observa na composição elementos que se encontram hoje quase camuflados – pombas que tocam o lado direito da figura -, talvez devido ao escurecimento da pintura, pela ação do tempo sobre o verniz.


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