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C807 - Vaso decorado com fores de maracujá


Assinatura

Inscrições

Junto à assinatura, na base, o local e a data "Rio, 1902".

Procedência

Coleção Yvonne e Henrique Cavalleiro
Coleção Leonardo Visconti Cavalleiro
2013 – Acervo herdeiros Leonardo Visconti Cavalleiro
2016 – Pinakotheke Cultural

Localização Atual Exposições Individuais Exposições Coletivas Publicações Comentários

A cerâmica talvez seja o suporte que melhor define Eliseu Visconti como um pioneiro do design industrial. Neste vaso, a decoração floral é reduzida a um sóbrio padrão de flores de maracujá, aplicado de modo bidimensional. A forma do recipiente também abre mão dos excessos formais e assume configurações e proporções que remetem à cerâmica tradicional brasileira. Dessa maneira, Eliseu Visconti foi capaz de projetar um conjunto de obras que, ao mesmo tempo em que remetia ao art nouveau, também incorporava traços de uma identidade nacional em seu design, além de adequar-se aos requisitos da produção seriada. Assim repetia-se no Brasil o processo visto na Europa: a criação de uma vertente e interpretação local do vocabulário estético-formal do art nouveau francês. (Leonardo Visconti Cavalleiro e Claudio Lamas de Farias em “Eliseu Visconti – A Arte em Movimento” – Org. Tobias Stourdzé Visconti – Holos Consultores Associados).
Maria Izabel Branco Ribeiro descreve assim este vaso (Coleção Folha – Grandes Pintores Brasileiros, 2013): O vaso de 1902 é de cerâmica simples, com diâmetro ligeiramente menor que a altura. Repertório familiar ao artista, as flores de maracujá se mostram muito adequadas ao desenho art nouveau, pela sinuosidade do caule e pelas gavinhas da planta. O padrão decorativo do vaso é dividido em duas partes. A inferior consiste no encadeamento em azul de hastes, folhas, botões e gavinhas. Correndo pouco abaixo do maior diâmetro do vaso, dele sobem a intervalos regulares os caules das flores com gavinhas entrelaçadas. Como todos são diferentes, há movimento e variedade, conduzindo o olhar em direção às flores. A metade superior corresponde ao diâmetro menor do vaso. Compreende um friso escuro, onde estão as flores abertas, intercaladas com filetes que se projetam para a metade inferior, à maneira de estames de flores vistas de lado. A opção pela faixa escura, além de destacar as flores claras, cria sensação visual de restrição da parte superior e de ampliação da inferior. Visconti adequou as flores de maracujá a um padrão geométrico plano de estrutura simétrica, contrastando com a metade inferior, sinuosa e orgânica.


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